terça-feira, 13 de outubro de 2009

Não Há Justiça Sem Anões!!

Hoje fui à FNAC do Norte Shopping assistir ao lançamento do livro “Não Há Justiça sem Anões” de J. Mário Teixeira, um velho amigo da Areosa.

O Zé Mário é um dos tipos mais brilhantes da minha geração. É senhor de uma cultura geral vastíssima e de um humor apurado. Recordo com alguma saudável saudade as longas noites na “parreirinha”, em pleno centro da Areosa quando, noite fora, discutíamos política, o estado do sítio, os protagonistas do dito e da dita. Eu mais à direita, ele mais à esquerda, horas e horas a fio, por vezes até ao raiar do sol, para desespero do desgraçado que vivia por cima e quando já todos os restantes amigos tinham desistido e rumado a casa. Todos? Todos não, por vezes, o Quim aguentava estoicamente - e, de hora a hora, como que regressado das trevas, lançava uma sentença profundamente filosófica contra os mouros, os lampiões e toda essa “tropa de Lisboa que eu só quero ver a arder” e nós, incrédulos, riamos a bom rir. Sim, depois de longas discussões sobre socialismo, social-democracia, liberalismo, comunismo ou religião, as sentenças do Quim eram um tónico para um regresso à realidade. A vida dá muitas voltas. Quem nos ouvisse diria que o Zé poderia vir a ser jornalista e eu advogado. Foi precisamente ao contrário. Hoje eu estou um pouco menos à direita e, penso, o Zé um pouco menos à esquerda. Foi com ele que aprendi algo que considero importante: por muito diferentes que possam ser, ideologicamente, dois indivíduos, existem sempre pontos em comum e pontes a unirem.

Foi engraçado voltar a encontrar amigos e ver que estamos um pouco mais velhos, com menos cabelo, mais barriga e algumas brancas a surgir, timidamente. A apresentar a obra esteve o Bastonário Marinho Pinto, outro homem de grande frontalidade como o Zé Mário. Não fiquei até ao fim. Hoje não era dia para pegar no Zé e, pé ante pé, rumar à “parreirinha” para uma longa noite de conversa. Para matar saudades. Fica para a próxima.

Obrigado Zé Mário.

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