sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

A Fonte Anónima


O título do meu artigo pode, à primeira vista, criar a sensação que vou escrever um tratado, quiçá jurídico, sobre a problemática da fonte anónimo no nosso ordenamento jurídico. Obviamente, não o vou fazer, não apenas por não ser jurista mas, sobretudo, por não me reconhecer com arte para tal.

Vou antes procurar, partilhando convosco, compreender a necessidade da fonte anónima na sociedade portuguesa. Nós vivemos numa democracia. Em Portugal, por muito que alguns prefiram esquecer ou esconder, ninguém é assassinado por denunciar um caso de corrupção. Não estamos num qualquer país de “quarto” mundo nem a Maia é a Sicília. Se eu ou o leitor temos conhecimento e provas de um caso de corrupção e, cumprindo a Lei, o denunciamos às autoridades competentes, não necessitamos, para o fazer, de utilizar a figura do anonimato. A esta altura o leitor está a pensar que este escriba ou é doido ou é inocente. Olhe que não.

Um sujeito só utiliza a figura da “fonte anónima”, num país como o nosso, se considerar que pode ser prejudicado se a não utilizar. Ora, se sai prejudicado é, não tenhamos dúvidas, cúmplice e parte na corrupção. Era beneficiário do esquema em causa. E como, provavelmente, deixou de o ser, utiliza este estratagema da fonte anónima. E aqui, a figura de “beneficiado” pode e deve ser vista directa e indirectamente. Vamos exemplificar com um exemplo absurdo:
Imaginem que um determinado sujeito conhece, ou julga conhecer, um caso de corrupção e pretende, como bom pai de família, denunciá-lo. Pensa, pensa e volta a pensar. Acaba por chegar à conclusão que se o seu nome surgir directamente associado à denúncia, deixará de beneficiar de muitas vantagens que adquirira dentro do sistema (ou, pior, fica sujeito a ser acusado de ter feito o mesmo no passado – directamente ou indirectamente conhecendo casos do género mas nada ter feito). Daí optar por recorrer ao anonimato. Ou seja, segue este caminho por, igualmente, ser parte integrante na corrupção. E tanto é ladrão o que vai à horta como o que fica à porta.

Quando não é assim estamos já no mundo da fantasia e a denúncia anónima serve, apenas e só, para atirar lama a tudo e todos, sem provas que não meras suposições, por mero intuito de destruir e prejudicar aqueles que o rodeiam. É por isso que nutro um enorme asco pelos denunciantes anónimos. Uns por serem do mesmo calibre daqueles que visam atingir e outros por serem meros pirómanos de serviço e ao serviço de inconfessáveis interesses particulares.
Ora, o caso com que nos debatemos na Maia é, por aquilo que sei e tenho visto, um exemplo típico do segundo caso, ou seja, do psicopata que quer atirar lama para cima de tudo e todos sem cuidar de pensar na desgraça alheia, sobretudo de uma Instituição tão importante para a vida do concelho e dos seus habitantes como a Câmara Municipal da Maia. E afirmo-o com a convicção de que este anónimo, inconsciente, só pode fazer parte de uma destas duas categorias anteriormente apresentadas, caso contrário, não necessitava de se esconder no anonimato, por muito frágil que ele seja.

Outra coisa diferente é a violação do segredo de justiça e neste caso, estamos perante um crime. Eu não acredito que quem combate o crime o faz cometendo crimes. Seria como perseguir terroristas praticando o terrorismo. Penso eu. Quero acreditar. Caso contrário, estamos no âmbito do terrorismo judicial e quando assim é, a justiça bate no fundo e nada mais resta.
Nos últimos anos, mais precisamente desde 2001, fui testemunha de muitas tentativas de assassinato de carácter e de assassinato político. Umas foram conhecidas da opinião pública da Maia, outras ficaram no segredo dos Deuses. Umas atingiram pessoas que conheço, outras não. Umas vezes fui alvo e noutras mero observador. Considero que sou sempre alvo quando me atingem ou quando visam amigos meus. Por isso, este filme não é novo para mim e, infelizmente, volto a ver um amigo a ser atingido por mais uma tentativa de assassinato político e de carácter, no caso, o meu Amigo António Bragança Fernandes e, por isso mesmo, não posso deixar, nesta hora, calar a minha raiva e garantir, aqui, nas páginas desta casa que sempre me recebeu bem, que não ficarei calado nem impávido e sereno a assistir. Esta é a gota de água que fez transbordar o copo e só espero não estar a ser injusto, pois desta vez o anónimo não se vai ficar a rir. Felizmente, não preciso da Câmara da Maia para viver e, até por isso, tenho a superior obrigação, mesmo contrariando a vontade do meu Presidente e Amigo, de não me calar, de não me ficar e de tudo fazer para que este abjecto anónimo pague por tudo o que está a fazer, pelo sofrimento que está a causar a este Homem e à sua família, pela forma gratuita e injusta como está a manchar de lama a nossa Câmara Municipal da Maia.

Não escrevo este artigo na qualidade de Assessor de Imprensa da Instituição que está a ser enxovalhada na praça pública por via das diatribes deste anónimo. Estou, isso sim, a escrever na qualidade de maiato e de militante do PSD-Maia, qualidades que não renego e que muito me orgulham. Preferia fazê-lo num plenário mas a urgência da situação não se compadece com calendários internos. E estou certo que este grito de revolta será sentido e acompanhado pela esmagadora maioria dos meus companheiros e espero que possa servir de sobressalto para uma união na defesa intransigente do legado social-democrata na Maia, do nosso Presidente, dos autarcas do nosso partido, da Instituição Câmara da Maia e de todos os seus colaboradores e respectivas famílias que não merecem esta ignomínia fruto de um demente.

Permitam-me umas últimas palavras sentidas para o nosso Presidente e para todos os colaboradores da Câmara Municipal da Maia. O nosso Presidente não merece estar a passar por uma situação destas, por semelhante tentativa de assassinato político e de carácter e todo o sofrimento que tal está a causar à sua família. Não é justo ver um homem que dedica todo o tempo da sua vida a trabalhar em prol dos outros e a lutar pelo bem comum, um Presidente que se dedica, como poucos, aos mais frágeis da sua terra e pelo progresso da nossa Maia, ser vilipendiado desta forma infame.

Por último, uma palavra a todos os colaboradores da autarquia: nos últimos anos e em especial nos últimos dois anos, tive o privilégio de verificar que a Câmara da Maia está dotada de uma equipa excepcional, de homens e mulheres com amor à camisola, dedicados e cientes da responsabilidade da sua missão em prol dos outros. Por tudo isto, sei bem e percebo a injustiça de que estão a ser alvo. Quem ataca, desta forma cobarde e vil a Câmara da Maia enquanto Instituição está, não se enganem, a colocar em causa todos estes trabalhadores e as suas respectivas famílias. Uma injustiça imperdoável.

Por isso, caros leitores e amigos, a credibilidade da fonte anónima vale tanto como o seu autor, vale zero.

(Artigo publicado hoje no semanário Primeira Mão - Maia)

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Tertúlia do Aventar:

«Salgueiro Maia e a Memória da Revolução», com Carlos Abreu Amorim e João Teixeira Lopes. Entrada Livre.

Sábado, dia 5 de Dezembro, às 18 horas, no Clube Literário do Porto (à Ribeira).

domingo, 29 de novembro de 2009

Rodrigo Leão

Lá fora chovia copiosamente. Era sábado, a primeira noite de um fim-de-semana prolongado. Nos écrans de televisão estava a dar o sporting-benfica.

Fomos mais de três mil que viramos costas a tudo, ao futebol, às mini-férias de Dezembro, ao aconchego de nossa casa. No dia em que soube que eles vinham ao Porto, tratei de vida. Foram três notas de vinte aplicados em prenda à patroa. Nem que chovessem canivetes, pensava eu, longe de saber que não foram canivetes mas penicos dela. “Vida tão estranha”, canta a Ana. “Como uma corda tensa vivo o dia-a-dia” e são estas noites de magia que nos aliviam a alma. E que noite, meus caros amigos e amigas, que noite!

Era a primeira vez que o Coliseu se enchia para os receber. Francamente, dei por mim a pensar que estava a sonhar. Como um Porto Vintage, um jantar no D.O.C. ou uma escapadela no Alentejo profundo, imaginem um concerto que juntou tudo o que de bom se faz em Portugal. Agora que estão a imaginar e o deslumbramento vos invade, eis encontrada a definição para este concerto de Rodrigo Leão e os Cinema Ensemble nesta noite de verdadeira magia.

Nas suas faces, perante um Coliseu pelas bordas, via-se o nervoso miudinho. Todos os artistas, incluindo muitos dos internacionais que nos visitam, sabem que este público é especial. Exigente e duro mas de uma entrega genuinamente total quando perante a excelência. E isso pesa, se pesa, na cabeça de qualquer artista. Foi aqui que vi a Beth Gibbons chorar como uma menina tal o ambiente electrizante com que o Porto recebeu os Portishead e a surpresa estampada no rosto de Lila Downs na Casa da Música mas também um certo distanciamento de boa parte da assistência quando os Feist por cá passaram e que dizer da loucura instalada aquando do concerto dos Placebo? Somos assim, ou tudo ou nada.

Esta foi a noite da consagração de Rodrigo Leão e dos Cinema Ensamble no Porto. Merecida, mais do que merecida. O Rodrigo Leão é o maior génio vivo da música portuguesa e só se espanta quem não conhece. Mas esta foi uma noite especial, muito especial para a Ana. A sua voz é divina. A forma como começou nervosa, quiçá receosa perante tantos e tantos e se superou por via de uma entrega total e absoluta, numa comunhão perfeita com os músicos, marcou-me profundamente e, tenho a certeza, a todos os presentes. Foi uma dádiva.

A Ana Vieira entrou, a partir de hoje, na “minha” galeria das mais notáveis vozes femininas. Mas o que estou eu a dizer? Ó injustiça! Qual Beth Gibbons, qual Lila Downs, qual PJ Harvey ou Laura Veirs ou Yael Naim? Lhasa de Sela? Joanna Newsom? Little Annie ou Teresa Salgueiro? Qual quê? A Ana Vieira é “A Voz”.

O seu canto, em português (perfeito), em francês (maravilhoso), em castelhano (castiço), em inglês (competente), etc, etc, etc, supera qualquer outra.

Ela ali, sozinha perante o holofote de luz, com o microfone na mão direita enquanto a esquerda ajuda a amparar o corpo no tripé, a sentir os instrumentos e a embalar o público num êxtase completo cantando “a minha alma chama por ti” e, no fim, o calor das palmas, dos gritos de “bravo” e ela, a sorrir envergonhada como uma criança e com as mãos abertas com os dedos esticados, muito hirtos, como dez pequenas barras de ferro, fugindo da nossa vista. Ela fugiu, refugiou-se atrás da cortina preta enquanto o Coliseu vinha abaixo numa enxurrada de palmas e palmas e palmas. Ela fugiu talvez querendo manter escondido este que foi, até hoje, o maior “Segredo” da nossa música e eu “Em vão procuro as palavras” que expliquem o que hoje aconteceu e só “peço mais uma vez ao tempo” que me permita voltar a assistir a uma noite assim.

O Porto é assim, grato perante o sublime, insistiu incessantemente para um regresso ao palco e no que foi retribuído. Mas não chegou e, uma vez mais, quando o Coliseu já tremia, outro regresso com repetição de temas fruto, julgo eu, da surpresa, outros não estavam preparados. São assim as noites de apoteose. São assim as noites mágicas.




domingo, 22 de novembro de 2009

Jorge Ferreira

Foi no início dos anos 90 que conheci o Jorge Ferreira. As primeiras impressões, fruto de inúmeras más-línguas e alguma má imprensa, não foram positivas. Até um dia.

No dia em que fomos apresentados e que, por ironia do destino, partilhamos o mesmo barco e a mesma luta interna partidária. Mais tarde estivemos juntos e sonhamos com a criação de um semanário. O projecto nunca avançou mas ficou a amizade. Nos últimos anos fomos trocando mensagens pela Net e links na blogosfera.

Fica a saudade e a profunda tristeza com que recebi a notícia. De forma fria e inesperada. Sabia da sua luta mas confiava que este guerreiro a venceria.

Até qualquer dia, meu caro Jorge, onde nos encontraremos para discutir os males da política e, saudavelmente, discutirmos sobre o teu Benfica (que hoje escrevo, em tua homenagem, em letra grande) e o meu Porto.

Um abraço fraterno.

(Publicado AQUI)

domingo, 25 de outubro de 2009

Portagens nas SCUTs do Grande Porto:




O aventador JM escreveu ESTA posta sobre as portagens nas SCUTs do Grande Porto.

Tendo razão em muito do que escreveu, não posso deixar de o contrariar num ponto: a Maia.

A Câmara Municipal da Maia foi a única autarquia da região que deu o corpo ao manifesto na luta desencadeada por muitos em 2008. Foi a Câmara Municipal da Maia que alertou a comunicação social, em Março de 2008, para o que o ministro Mário Lino se preparava para fazer. Além da conferência de imprensa e de ter colocado a matéria na agenda mediática, avançou na colocação de cartazes contra as portagens em locais estratégicos do concelho. Entre cartas ao ministro, pedidos de audiência, agendamento da matéria em sede de Junta Metropolitana e em reunião da Assembleia Metropolitana, tudo fez. Na verdade, numa primeira fase, o Governo recuou. A colocação de portagens foi sucessivamente adiada.

Numa altura em que o país andava entretido em campanhas eleitorais (europeias, legislativas e autárquicas), o governo, pé ante pé, foi colocando as estruturas para portagens virtuais nas SCUTs do Grande Porto. Ao mesmo tempo, a Secretária de Estado dos Transportes, candidata a deputada pelo Porto nas listas do PS, enquanto fazia campanha de apoio a Guilherme Pinto em Matosinhos, jurava ser contra as famigeradas portagens.

A campanha da Câmara da Maia contra as portagens parou a meio de 2009, ou seja, quando começaram as diferentes campanhas eleitorais. Não valia a pena estar a gastar dinheiro numa altura em que o ruído comunicacional era tanto e, por arrasto, ainda podia ser considerado oportunismo eleitoral da nossa parte. Ao contrário do que afirma JM, a CMM não está parada nem distraída nesta matéria. Nas últimas duas semanas o Presidente da Câmara da Maia, desdobrou-se em entrevistas sobre a matéria e voltou, sozinho, a criticar esta eventual decisão do governo. Repito, sozinho. Em termos políticos, Bragança Fernandes, continua sozinho nesta batalha que é do interesse de todos os autarcas da região. Daí a injustiça das palavras de JM!

A C.M.Maia está atenta mas, não vai tomar decisões antes de tomar posse, antes de estar legitimado pela Lei. Por isso, caro JM, calma. A população terá de fazer o que lhe compete. A Câmara da Maia fará, quando assim a Lei o permitir, a defesa dos interesses da população da Maia e, por acréscimo, da população da região. Ou não tivesse o passado provado isso mesmo. Fica o desafio: ora dê lá outro exemplo de autarquia que tenha feito o que a Maia fez nesta matéria?

As portagens nas SCUTs do Grande Porto não são apenas injustas, são mais do que isso, são criminosas. São criminosas por obrigar os condutores a fugir para estradas secundárias que não são alternativa e, dessa forma, colocar em perigo a segurança rodoviária e a segurança das populações. Só quem não conhece as actuais N13 e N14 pode considerar colocar portagens na A41, A28 e A4 entre Ermesinde e Matosinhos.

O que se preparam para tentar fazer é um crime. Sendo um crime, é obra de criminosos. Sendo criminosos, o seu lugar não é no governo da Nação, é na cadeia!

Mesão Frio e Espinho:

O Tribunal Constitucional decidiu validar o resultado das autárquicas nestes dois concelhos. Assim, em Mesão Frio venceu o PS e em Espinho o PSD.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Fraude eleitoral em Mesão Frio?

O caso de Mesão Frio, que o Aventar denunciou em primeira mão (AQUI) e que foi um dos temas da imprensa online e da televisão HOJE, demonstra o grau zero da nossa política.

São inúmeros os casos relatados na queixa apresentada pelo PSD local. Num deles, ao que o Aventar apurou, foram ultrapassados todos os limites: um idoso, em estado vegetativo e sem o consentimento da respectiva família, foi levado a votar pela funcionária da Santa Casa da Misericórdia de Mesão Frio, funcionária que é mulher de um dos candidatos do Partido Socialista. Por sua vez, o Provedor da Santa Casa foi candidato pelo PS.

Não sei o que vai decidir o Tribunal Constitucional mas gostava de saber o que pensa o Secretário-geral do Partido Socialista sobre o assunto e, já agora, a opinião dos responsáveis da Santa Casa. É para isto que o dinheiro dos nossos impostos vai, aos magotes, para a Santa Casa?

domingo, 18 de outubro de 2009

Aventar

Quando o Aventar chegou ao 1º lugar e as visitas eram aos milhares surgiu um ataque informático. Pum, pum e catrapum. O Aventar no wordpress foi ao ar.

Ainda me lembro do Paulo Querido e a sua apologia do wordpress. Pois. Em anos e anos de blogspot nunca tal me aconteceu - é verdade que nunca se atingiu semelhante volume de visitas...Talvez azar.

Pois fomos salvos, salvos pelo Sapo que nos deitou a mão quando as nossas mãos se agarravam, pendurados no JMFreitas, a evitar a queda rumo ao infinito. Chegou a hora do Aventar no Sapo. É por isso que já a minha tia Ermelinda dizia: a seguir à tempestade, surge a bonança...Talvez sorte.

Obrigado ao Sapo e a todos os persistentes leitores do nosso blogue e desculpem qualquer coisinha.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Não Há Justiça Sem Anões!!

Hoje fui à FNAC do Norte Shopping assistir ao lançamento do livro “Não Há Justiça sem Anões” de J. Mário Teixeira, um velho amigo da Areosa.

O Zé Mário é um dos tipos mais brilhantes da minha geração. É senhor de uma cultura geral vastíssima e de um humor apurado. Recordo com alguma saudável saudade as longas noites na “parreirinha”, em pleno centro da Areosa quando, noite fora, discutíamos política, o estado do sítio, os protagonistas do dito e da dita. Eu mais à direita, ele mais à esquerda, horas e horas a fio, por vezes até ao raiar do sol, para desespero do desgraçado que vivia por cima e quando já todos os restantes amigos tinham desistido e rumado a casa. Todos? Todos não, por vezes, o Quim aguentava estoicamente - e, de hora a hora, como que regressado das trevas, lançava uma sentença profundamente filosófica contra os mouros, os lampiões e toda essa “tropa de Lisboa que eu só quero ver a arder” e nós, incrédulos, riamos a bom rir. Sim, depois de longas discussões sobre socialismo, social-democracia, liberalismo, comunismo ou religião, as sentenças do Quim eram um tónico para um regresso à realidade. A vida dá muitas voltas. Quem nos ouvisse diria que o Zé poderia vir a ser jornalista e eu advogado. Foi precisamente ao contrário. Hoje eu estou um pouco menos à direita e, penso, o Zé um pouco menos à esquerda. Foi com ele que aprendi algo que considero importante: por muito diferentes que possam ser, ideologicamente, dois indivíduos, existem sempre pontos em comum e pontes a unirem.

Foi engraçado voltar a encontrar amigos e ver que estamos um pouco mais velhos, com menos cabelo, mais barriga e algumas brancas a surgir, timidamente. A apresentar a obra esteve o Bastonário Marinho Pinto, outro homem de grande frontalidade como o Zé Mário. Não fiquei até ao fim. Hoje não era dia para pegar no Zé e, pé ante pé, rumar à “parreirinha” para uma longa noite de conversa. Para matar saudades. Fica para a próxima.

Obrigado Zé Mário.

O Cromo

O menino, quer dizer, o cromo, é um democrata e tanto... não permitindo comentários às suas postas, quanto mais não seja para lhe explicar alguns pormenores, coisas sem importância: a bandeira, menino, não significa que seja monárquico (que não sou) mas representa, como noutros blogues, o Condado Portucalense. Mas devemos ser compreensivos, é fruto da derrota. Mas isso também passa ó supostamente.Quanto ao mais, é melhor o menino ler ISTO

Saudações Republicanas.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Aventar: Blogue mais lido em Portugal

Nem tenho palavras: dasss! Ao fim de 6 meses e depois de duas semanas de doidos com o Aventar a vir abaixo por excesso de visitantes, eis a grande surpresa:

São 22h. O Blasfémias (eterno líder da blogosfera lusa) conta 6.274 visitas, o 31 da Armada conta 6.193, o Abrupto leva 4.156 e o Aventar já conta 7.929!!!

Ou seja, somos o blogue de política mais lido em Portugal. Já era uma ameaça, agora é uma certeza.

Aos leitores, o nosso OBRIGADO!

Maia: Uma Vitória "À Frente do Seu Tempo"!

(publicado originalmente AQUI).

A vitória histórica de António Bragança Fernandes (PSD) na Maia, por muito esperada que fosse, é um dos factos políticos mais importantes na AMP.

Pela primeira vez nos últimos 12 anos, o PSD foi sozinho a votos. Outro dado suplementar era, sem dúvida, o bizarro de ter como seu adversário na contenda o seu anterior Assessor de Imprensa, o levemente mediático Álvaro Braga Júnior, presidente do quase-defunto Boavista. A juntar a tudo isto tinha um PS renovado (bem ou mal mas renovado) e um Bloco e CDU com expressão no concelho. Agora juntem a tudo isto uma vitória esmagadora do Partido Socialista nas eleições legislativas quinze dias antes, vencendo em 16 das 17 freguesias da Maia. Agora que já começaram a juntar todas as peças, acrescentem estas: nas eleições de 2005, em coligação com o CDS, António Bragança Fernandes obteve 52,4%.

Hoje, António Bragança Fernandes, volta a entrar na Torre Lidador com quase 58% e oito vereadores (mais dois que em 2005), com mais Juntas de Freguesia (apenas não obteve Gondim e Gueifães, que já eram do PS – partido que viu fugir duas Juntas: a Junta de Freguesia de Milheirós, cujo presidente foi o candidato do PS à Câmara e , ao fim de muitos e muitos anos, a mais populosa freguesia da Maia, de seu nome Águas Santas). Acresce mais uma vitória absoluta para a Assembleia Municipal.

O Partido Socialista teve um resultado desastroso: perdeu em todas as freguesias, das quatro lideranças de freguesia apenas aguentou duas e teve um dos piores resultados autárquicos de sempre. Quem ler o que escreveram os blogues socialistas nestes últimos dias só pode, em boa verdade, rir a bom rir e esperar que digam qualquer coisinha a explicar o que aconteceu. Aliás, um seu militante, de nome Cláudio Carvalho (ESTE) consegue mesmo ganhar o prémio de “Cromo do Ano”. Andou a destilar ódio e em tudo viu conspirações do demónio contra o PS – desde a comunicação social até ao gabinete de imprensa da câmara. Não escondo, foi um prazer ver o povo da Maia a dar-lhe semelhante resposta.

Uma palavra para o resultado do CDS: 3,9%. Foi um duro castigo. Muito duro. Ficou reduzido a um Deputado Municipal, perdeu voz no Executivo e pode ter hipotecado o seu futuro em termos concelhios.

Para o fim fica uma última palavra para o grande vencedor da noite: António Bragança Fernandes. Conseguiu um resultado histórico fruto da sua maneira de ser e da sua forma de estar. É um Presidente a tempo inteiro, que vai a tudo, que todos ouve e que trabalha de uma forma quase irreal (que o digam os que com ele lidam diariamente: às 7h já está ao serviço e nunca se sabe a que horas termina). Para ele, desde o pequeno buraco na estrada até ao grande projecto na zona industrial, tudo é importante.

Foi uma vitória à imagem do concelho: À Frente do Seu Tempo.





sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Maia: Vídeos sobre a Maia

Podem ver AQUI vários vídeos sobre a Maia (temas: MaiaInova, Entrevista a Bragança Fernandes, Agenda 21, Canil da Maia, Red Bull, etc.)

Entre Palavras na Maia

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

O Seu Nome é Maia...

O seu nome é Maia…

E ao lê-lo recordei, desculpem a publicidade, uma outra cidade, mesmo ao lado desta, que cresce todos os dias, que nos últimos anos...(Ler AQUI o resto).

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

TVI - Ongoing

Foi a 3 de Setembro que escrevi ISTO.

Na altura, alguns senhores que se julgam especialistas dos meandros empresariais da comunicação social achavam que eu ou estava doido ou era parvo. Mesmo reconhecendo ser meio doido e parvo de todo, antecipei com muitos dias de antecedência uma das principais notícias do dia 28 de setembro. Ou seja, uma vez mais, os leitores do Aventar souberam antes de tudo e todos.

Foi tiro e queda. Só é pena não acertar assim nos números do Euromilhões e, por via desse desacerto, tenho que desligar e ir para a cama pois vou ter de continuar a trabalhar, ehehehe.

(publicado originalmente no Aventar)

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

A Morte deste PSD

Legislativas 2009: A Morte deste PSD

(originalmente postada no Aventar)

O PSD velho e revelho do Cavaquismo e dos seus despojos acabou hoje. Dito de outra forma, terá de ter acabado hoje, caso contrário acaba com o partido.

O PSD dos pós sessentas, que nunca aceitaram abandonar o poder, que utilizaram o partido para enriquecer tornando vidas profissionais fúteis em fontes gigantescas de criação de riqueza pessoal, de tráfico de influências e outras patranhas e artimanhas, sofreu hoje uma derrota estrondosa. E ao sofrer tal, colocaram o país numa situação difícil.

Após uma governação péssima, com os casos Freeport, Universidade Independente, Aeroporto de Lisboa e os projectos da Guarda, o desemprego a subir em flecha, os agricultores na miséria, o comércio moribundo e a Educação de pantanas, mesmo com tudo isto, José Sócrates conseguiu vencer. E venceu por um motivo muito simples e que vi escrito noutro blogue (pelo BRMF no Intervenção): também se avaliou 4 anos de oposição. Acrescento, também se avaliou a escolha das listas, igualmente se teve em conta os saneamentos inacreditáveis. Em suma, Manuela Ferreira Leite foi avaliada e o povo da direita e centro-direita deu uma resposta clara que merece uma decisão óbvia: eleições internas no PSD após 11 de Outubro. O PSD precisa de outra geração, da geração de Passos Coelho, de Alexandre e Miguel Relvas, de Marco António e de muitos independentes desta área política como, só para citar os daqui, Rui Moreira ou Carlos Abreu Amorim. O PSD necessita de um 25 de Abril interno.

O Bloco e o CDS, mais este que o outro, foram os grandes vencedores pois conseguiram capitalizar, por um lado, os descontentes do PS (o Bloco) e os descontentes do PSD (o CDS). Os jovens à esquerda votaram BE. Os jovens à direita votaram Portas. Este PSD pensa que é com jovens aos gritos e aos pulos que convence este eleitorado. Muito se enganam, esses tempos, da minha geração, já passaram. Hoje, o eleitorado jovem precisa de causas, de quem fale a sua língua, de quem perceba as suas dificuldades, de quem conheça as suas angústias e esta geração dos sessentas nem os netos conhece quanto mais…

É de um novo PSD que Portugal precisa. Um PSD moderno e reformista, que afaste de vez o conservadorismo saloio do “casar, procriar e a hóstia ao domingo”. Um PSD do liberalismo social mas defensor de um estado mínimo e de mão firme no essencial (Saúde, Justiça, Educação e Segurança Social). Um PSD que acredita no mercado mas não esquece a presença do Estado na manutenção de um país solidário. Um PSD que acredita na iniciativa privada mas cria todas as regras necessárias para um sistema justo e equilibrado. Um PSD que apoia todos os não portugueses que querem viver no nosso país e nele trabalhar, criar família e ter uma vida melhor. Um PSD que premeia o mérito, que escolhe os melhores em detrimento dos filhos dos barões, que procura na sociedade os mais capazes e neles se apoia para discutir, pensar e construir um outro Portugal. Um PSD que acredita no combate ao centralismo por via da Regionalização.

Um PSD diferente, muito diferente deste. É disso que Portugal precisa.


PS: No Aventar foi um dia especial, numa noite em grande: pela primeira vez mais de 3000 visitas num só dia e mais de 6000 page views! O chat das legislativas foi um must e lideramos, sem espinhas, a blogosfera avançando com as previsões das televisões com 2 horas de antecedência e, requintes de malvadez, às 19h30 já estava no Aventar uma média das três que seriam apresentadas às 20h (dentro do intervalo de resultado final).

Por isso mesmo, quem acompanhou o Aventar soube primeiro. Os bloggers responderam em massa - foram mais de 1500 a visitar esta tasca após as 18h! Para um blogue que ainda não completou seis meses de vida, é obra!!!

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Revista Mais Maia


Já está disponível em versão digital o último número da revista municipal "Mais Maia".
Podem ler AQUI.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Paulo Pedroso, Casa Pia e o Aventar

A propósito DESTA posta sobre o processo Casa Pia, o Aventar recebeu um comentário de Paulo Pedroso (ESTE). Um comentário arrogante e de uma falta de rigor inacreditável. As respostas da casa estão na respectiva caixa de comentários do Aventar.

domingo, 13 de setembro de 2009

O País dos Doutores...

Hoje dei de caras com um cartaz da CDU na minha freguesia cujo nome da candidata surgia da seguinte forma: “Dr.ª. fulana de tal”. Olhei segunda e terceira vez e imediatamente pensei: “está dado o mote para a minha próxima posta no Aventar”.

O meu Pai, farmacêutico de formação e profissão, tinha por hábito advertir algumas pessoas que o interpelavam por “Senhor Doutor” do facto de não ser esse o seu nome de baptismo. Logo de seguida, ironicamente, explicava o processo de baptismo, etc e tal. Foi com ele que aprendi a não gostar dessa “cagança” tão portuguesa. Mais tarde, quando a idade começou a avançar, comecei a ser tratado em determinados locais pelo mesmo “Senhor Doutor” e lá começava eu a explicar que não era, que não tinha ainda acabado o curso e mesmo que o tivesse, etc e tal. Ao ponto de ter deixado de ser cliente de um determinado restaurante da Maia por causa disso – o fulano, dono do dito, começou a tratar-me por doutor, após lhe dizer que não o era, passei a ser engenheiro e a seguir, arquitecto! Após terminar a licenciatura, começou novamente o massacre. Numa primeira fase expliquei que “Doutor” era o meu médico, depois anunciei que não passava receitas e, por fim, desisti tendo como resultado começar a ficar farto.

Neste país de “doutores” e muito respeitinho, a maralha péla-se por ser tratada pelo “Dr.” e nem vos digo a quantidade de vezes que recebo mails, sobretudo de trabalho, cuja assinatura surge como “fulano de tal, Dr.”, assim mesmo, sem tirar nem pôr, pondo a nu os complexos de inferioridade que habitam no mais estranho dos seres. Mais engraçado e cómico é verificar o deleite de certos não licenciados quando tratados por “Dr.”. Não desmentem a coisa, antes pelo contrário, mesmo quando na presença de conhecedores de tal lapso. Recentemente, numa reunião, assisti a uma cena do género. O sujeito da referência impávido e sereno, até engrossou um pouco a voz adaptando-a ao que julga ser o timbre mais correcto para a qualidade em causa. Após a dita, em pleno elevador, o autor do lapso virou-se para mim, afirmando: “eu sei que o tipo não é doutor mas foi pelo prazer de o ver todo emproado e pelo gozo do caricato da situação”. Nem pestanejei tal a surpresa.

Neste país da “cagança com toda a pujança” já espero tudo mas confesso a minha surpresa ao ver num cartaz da CDU, do partido auto-intitulado “do Povo”, a referência ao título académico. O que diria o saudoso “Zé Barbeiro”, o verdadeiro comunista da Areosa, ao ver uma camarada sua tão preocupada em passar receitas…


Posta originalmente colocada no AVENTAR e à qual acrescento a seguinte nota de rodapé:

Depois de termos (o Aventar) conseguido atingir o Top 100 dos blogues nacionais e de sermos, actualmente, o 69º blogue nacional em visitas (um número que nos deve servir de reflexão), já somos o 20º blogue nacional em visitas diárias entre os blogues “mais” políticos. Tudo em menos de um ano.

É obra!


sábado, 12 de setembro de 2009

Moby no Porto:

Desculpem mas hoje, por causa deste senhor, não vejo debates nem vou ao futebol:



...prefiro estar no Parque da Cidade a assistir ao concerto que a Porto Lazer organiza.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Maia: Festival Internacional de Aeromodelismo da Maia:




No passado Sábado, 5 de Setembro, o Aeródromo da Maia/ Vilar de Luz, acolheu o 1º Festival Internacional de Aeromodelismo da Maia. Foi um enorme sucesso: muito público, bastante animação e no fim o público presente teve "direito" a assistir a um acidente (infelizmente para o dono do aparelho) com um jacto que se despenhou originando um pequeno incêndio.



"Numa organização conjunta da Câmara Municipal da Maia e da Liga de Iniciação e Propaganda da Aeronáutica (LIPA), este evento contou com a participação de 30 pilotos, oriundos de clubes nacionais e espanhóis que demonstraram da forma mais abrangente o aeromodelismo nas suas vertentes mais tecnológicas sob controle via rádio." Fonte: RCMpt-com





Mais vídeos do evento no Youtube pela RCMpt-com

As fotos são do Francisco Piqueiro (fotoengenho@mail.pt).

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

A Armadilha da PRISA – Ongoing:

Como não ando nisto há dois dias, não fiquei espantado com a decisão da PRISA quanto ao Jornal Nacional da TVI.
Como não acredito que Sócrates seja néscio e por saber que não lembraria “nem ao careca”, não alinho na teoria da conspiração que afirma existir mão do Governo e do PS nesta decisão. Um profundo desejo? Não duvido. Depois das eleições? Certamente. Agora? Não.
A minha surpresa reside apenas no timing da decisão da PRISA. Ora, como “nuestros hermanos” não são parvos (mesmo tendo eles pago uma fortuna pela Media Capital), fico espantado com a escolha da data para tal divórcio. Que os espanhóis se queriam ver livres da Manuela Moura Guedes rapidamente e em força já todos, a começar pela própria, sabiam. Mas nesta altura, em pleno período eleitoral, num momento tão politicamente delicado?
É caso para perguntar: que expectativas foram criadas a este grupo internacional de comunicação social para suscitar tal vingança? Ou muito me engano ou está montada a armadilha da PRISA. Primeiro foi uma longa relação de amor, uma chegada inesperada, uma segurança reforçada, os meus amigos do outro lado vinham a caminho para me salvar. Depois, depois foi a ruptura, como em qualquer relação sem substância, como quando se dorme com o inimigo. O arrependimento, o fim do mundo…
Uma valente viagem sem retorno a caminho dos braços de Nuno…

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

"Mistake":

Pensar que os debates políticos em Portugal servem para esclarecer o que quer que seja ou quem quer que seja, é como pensar que o Pai Natal existe.
Há muitos e muitos anos que os debates são um engano. A falta de coragem dos directores de informação das televisões, que preferem ceder nos princípios a ter a coragem de dizer “NÃO”, levaram a esta anedota de debates onde tudo é condicionado anteriormente. Desde os tempos passando pelos temas e terminando nos diálogos entre as partes em debate. Um circo de animais amestrados sem pensamento próprio. Nada ali é genuíno, nem tão pouco o suposto jornalista que, amputado dos seus deveres profissionais, aceita participar como mero figurante desta novela de terceira categoria.
Haja coragem para dizer Não!

terça-feira, 1 de setembro de 2009

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

FutAventar - FCPorto #4:

O Império dos Sentados(publicado originalmente AQUI)

Em Portugal existe toda uma escola de “sentados” do futebol. São homens e mulheres, certamente com a melhor das intenções, mas que permanecem, sentados, à espera de tempos que não voltam mais. Agarrados a um pretenso passado imperial não conseguem admitir a verdade. Neles existe um sonho, uma utopia bonita mas irreal. Por eles o Eusébio voltava a colocar os calções e a calçar as chuteiras só para eles reverem aqueles pontapés no esférico. Pensaram que era desta, era com o Mantorras que tudo regressaria ao seu sítio, ao que julgam ser seu por poder divino. Estão para o futebol pátrio como as antigas colónias para os ansiosos de um império perdido, um qualquer quinto império imaginário, mais ou menos pessoano.

Neles permanece esse sonho. Talvez seja algo de religioso e isso explique a contratação de Jesus. Estamos já no campo do esotérico. Por isso não compreendem, nem podem compreender como é possível que um clube, segundo eles, de bairro lhes faça esta desfeita de ano sim, ano sim, os vencer, sem apelo nem agravo. Querem acreditar que tudo se deve à fruta, como se o FCP fosse um qualquer novo sabor da Sumol. E se não é a fruta são as meias-de-leite ou os cafés pingados. Só assim, julgam, pensam, acreditam, se justifica a sua injustificável frustração perante as consecutivas derrotas internas e humilhações internacionais. Mas como é possível, um clube que julgam ser de grunhos, de bandidos, de traficantes, nado e criado na parvónia, nessa longínqua província de comerciantes, industriais, liberais e outros que tais, que gritam “bai-te lavar ó morcon”, seguido de um chorrilho de palavrões e acompanhado por umas tripas com “binho berde”? Como é possível? Realmente.

Se algo existe que não conseguem explicar são as constantes vitórias internacionais, as vendas milionárias ano após ano, o reconhecimento internacional adquirido. Ou seja, a avaliação externa e independente que não se compadece com a verborreia da “Bola” ou do “Record”. Uma avaliação que não vai em fantasias de “braços armados que controlam e atemorizam tudo o que mexe” como se isto fosse a Chicago dos anos 30 e Lisboa o paraíso na terra cujos clubes e dirigentes são anjinhos com belas asinhas e assexuados.

O Porto tem os melhores jogadores, melhores treinadores, melhores dirigentes, ganha mais” e mesmo assim, o império dos sentados não acredita, não quer acreditar, prefere as fábulas, prefere continuar sentado, acreditar em Jesus, em Filipe Vieira e em todos esses novos pregadores evangelistas. É a Fé em todo o seu esplendor.

Nós por cá, continuamos a vencer e a comer fruta e a tomar meias-de-leite ao pequeno almoço.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

First Aid Kit

Nos últimos meses, para não dizer anos, raramente fico a conhecer uma banda interessante através da imprensa. Não nego que o novo i me costuma surpreender pelas suas escolhas na crítica de música. Não tanto pela novidade mas antes pela qualidade. Nos últimos meses dou por mim a sorrir ao ver algumas escolhas que, certamente por coincidência, coincidem com aquelas que tenho apresentado no Aventar semanas ou mesmo dias antes.

Porém, desta vez, foi através do i que cheguei a este duo sueco, Klara e Johanna Söderberg e o projecto “Firs Aid Kit”. Muito, muito bom. Agora partilho convosco e agradeço ao i – o primeiro semanário diário e que se está a tornar a minha leitura de imprensa diária obrigatória. (tb AQUI)




terça-feira, 11 de agosto de 2009

SIC: Um dia especial para a Carolina

Um dia especial para a Carolina numa reportagem muito boa da SIC realizada na Maia. A não perder. (para ver a reportagem basta clicar em "paralisia cerebral").

domingo, 9 de agosto de 2009

Ter razão!

No tempo devido a Câmara Municipal da Maia reclamou a existência de um apeadeiro nas Arroteias/Pedrouços para ligar a linha de Leixões ao Metro no Hospital de S. João. É com alegria que vejo a CP atender essa reclamação:

«Linha de Leixões: comboios vão parar «à porta» do metro
(fonte: ESTA)

Os comboios de passageiros da linha de Leixões vão efectuar paragens, a partir de 2010, junto ao hospital de São João, Porto, para facilitar a interligação com a rede de metro, revelou hoje o administrador da CP Ricardo Bexiga.

Um dos pressupostos que alicerçou a decisão politica de abrir a linha aos passageiros tem por base precisamente o objectivo de «potenciar a intermodalidade», sublinhou o gestor, em declarações à agência Lusa.

Além do apeadeiro nas imediações do Hospital de São João - que ficará ligado à estação de metro por uma via pedonal de cerca de 200 metros - será construído um outro junto à Efacec, em Leça do Balio. Otília Sousa, da CP/Porto, disse que estes apeadeiros estarão operacionais em 2010, «talvez em Maio».

A construção do apeadeiro junto ao Hospital de São João foi reivindicada em Junho pela Câmara Municipal da Maia, que defendia este e outros ajustamentos no projecto como forma de criar um transporte público alternativo «em zonas onde vivem largas dezenas de milhares de pessoas e onde o Metro não chega».

F.C. Porto


Começa hoje a fúria do Dragão!

terça-feira, 4 de agosto de 2009

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Jónsi e Alex:

No passado dia 17 de Julho foi publicado um dos mais impressionantes trabalhos do ano e fortíssimo candidato a álbum do ano: Jónsi e Alex (Riceboy sleeps). Mais um projecto soberbo nascido na Islândia e sob a batuta dos Sigur Rós e das suas Amiina. Caros amigos, estamos perante a mais pura definição da excelência e mais uma pérola da música alternativa ainda pouco conhecida em Portugal.(publicado originalmente AQUI).







sábado, 25 de julho de 2009

A não perder:

Convite:

O Grupo étnico Madre Paulina (Brasil),
a Associacion Cultural Identidad Peru Danza
y Musica do Peru,
a Songkhla Rajabhat University Folk
Dance Troupe da Tailândia,
o Folk Ensemble Kladets da Rússia,
a Apple Chill Cloggers, dos Estados Unidos
e de Portugal, o Grupo Regional de Moreira da Maia
(organizador do evento), o Grupo etnográfico de Coimbra e
o Grupo etnográfico de danças e cantares do Minho,
vão subir ao palco este sábado,
25 de Julho, pelas 21h30,
no Largo da Feira de Pedras Rubras na Maia
,
na 3ª Edição do Festival Internacional de Folclore/
Músicas do Mundo da Maia.

Por sua vez, Rita Redshoes e Jorge Palma
actuam, igualmente este sábado a partir
das 21h30, no complexo de Ténis da Maia,
no encerramento da 2º edição do
Festival da Juventude da Maia - Maiact/09

Tanto num caso como noutro, a entrada é livre.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Rita Redshoes

Vai estar, finalmente!, na Maia no próximo sábado, no Maiact (entrada Livre, 21h30, Complexo Municipal de Ténis da Maia):



terça-feira, 21 de julho de 2009

Pedro Abrunhosa

O Concerto do Pedro Abrunhosa foi muito bom, como quase sempre.


Claro que passou toda a noite a criticar o Rui Rio, o que me deu um gozo especial por ver o ar atrapalhado de um ilustre sentado ao meu lado. Pois que não havia necessidade, eheheheheh. Pelo caminho fez o favor de apresentar uma música do seu novo trabalho, previsto para este ano. Muito boa e mexida. O PA é um provocador e fez jus a essa característica ao longo de todo o concerto que, por sinal, teve momentos absolutamente geniais.


O Pedro é um dos meus “cantautores” preferidos e aqui incluo os internacionais. Claro que já sei que me vão dizer que não tem voz, que é um facínora e mais do género. Como não o conheço pessoalmente nem tive hipótese do contraditório (as coisas que me pintam sobre o homem!), fico-me pelo autor de letras e músicas magníficas. Que canta como ninguém a minha amada cidade do Porto, que criou um dos melhores álbuns da história da moderna música portuguesa (Viagens). Que cantou Gisberta de uma forma comovente e corajosa; que defendeu o Coliseu como poucos se atreveram e lembrando que nós somos assim, de antes quebrar que torcer e muito senhores do nosso nariz, da nossa cidade, do que é nosso.


A música de Abrunhosa é poesia, é um cantar sentido, vindo das profundezas do ser e que nos toca, que nos leva rumo aos nossos fantasmas. É um génio. Uma vez, num artigo de opinião, escrevi que ele é o nosso Brel, o nosso Chico Buarque. Aqui “D´el Rey” gritaram alguns e insultaram-me outros tantos. Caguei. Só discuto com quem quero e no tocante a música, a poucos reconheço validade para uma discussão. Quem escreve músicas como “Será”, “Momento”, “Quem me leva os meus fantasmas”, “Se eu fosse um dia o teu olhar” ou “Balada de Gisberta” merece o Olimpo.



Aliás, “Balada de Gisberta” é uma das mais comoventes músicas algum vez escritas e cantadas em língua portuguesa e ficará, estou certo, na história. A coragem de Pedro ao criar este verdadeiro hino ao direito à diferença, ao chamar a atenção para esta profunda injustiça e para esta vergonha que se passou na nossa cidade merece mais que palavras. Fico-me com as suas “O Amor é tão longe e a dor é tão perto”.




Obrigado Pedro.







domingo, 19 de julho de 2009

No Teu Deserto

“Na verdade, o deserto não existe: se tudo à sua volta deixa de existir e de ter sentido, só resta o nada. E o nada é o nada: conforme se olha, é a ausência de tudo, ou, pelo contrário, o absoluto. Não há cidades, não há mar, não há rios, não há sequer árvores ou animais. Não há música, nem ruído, nem som algum, excepto o do vento de areia quando se vai levantando aos poucos – e esse é assustador.
Será assim a morte, também, Cláudia?”

Ler o resto AQUI

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Maiact - Convite:

quarta-feira, 15 de julho de 2009

domingo, 12 de julho de 2009

Apetece-me...





Artic Monkeys

terça-feira, 7 de julho de 2009

domingo, 5 de julho de 2009

O ZOO da Maia:

Foi hoje assinado entre a Câmara Municipal da Maia e a Junta de Freguesia da Maia o acordo de cedência de terreno para o alargamento do Zoo da Maia.
O Zoo da Maia recebe cerca de meio milhão de visitantes por ano e é uma referência para o turismo da Maia, da GAMP e do Norte de Portugal. Com este acordo está salvo o Zoo e criadas as condições ideais para os animais que vivem neste espaço.
Deixo aqui a reportagem da LUSA onde se pode compreender melhor a intervenção em causa.


sexta-feira, 3 de julho de 2009

Regina Spektor - Far




Moby - Wait For Me (29/06/2009):

Talvez um dos melhores trabalhos de Moby:

Eleições no Benfica

O nível atingido nas eleições do benfica e cujo exemplo máximo está NESTA caixa de comentários do Sapo, é revelador do estado do clube.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Grande Porto, Novo Semanário

"Grande Porto", assim se chama o novo semanário do grupo Lena. Amanhã estará nas bancas o número 1 e logo com uma sondagem "autárquicas" Matosinhos (vitória de Narciso Miranda, pode ver AQUI).

Boa sorte.

terça-feira, 30 de junho de 2009

O Porto e o erro de Elisa:

A sondagem do Jornal de Notícias (JN, RTP, DN e TSF) para a Câmara do Porto não deixa grande margem para dúvidas.

A vitória de Rui Rio é clara e esmagadora. Desta forma, Rio avança para um último mandato com uma clara maioria absoluta podendo, se esse for o seu desejo, preparar o caminho para o sucessor. Algo que costuma dar asneira, mas essa é outra conversa.
A candidata do Partido Socialista, Elisa Ferreira, cometeu um erro crasso e pelo qual está a pagar bem caro. O Porto e os Portuenses não gostam de ser segunda escolha. Já provaram no passado, com Fernando Gomes, que não perdoam este tipo de tácticas. Eu pensava que o PS do Porto tinha aprendido a lição mas verifico, ao assistir à repetição do erro, que não aprenderam nada. O que, sinceramente, lamento profundamente. O Porto precisa de uma alternativa forte que obrigue a pensar a cidade. Uma outra cidade.

Adaptando uma afirmação que ouvi recentemente a um padre, o Porto pode ser pensado de duas formas distintas: ou acreditamos num Porto grande ou preferimos um Porto pequeno. Tal como ele, eu prefiro a primeira hipótese.

Carlos Narciso

Como já devem ter notado "estou cada vez mais" pelas bandas do Aventar - embora mantenha serviços mínimos no Sinaleiro.

Tal facto deve-se ao crescimento do Aventar e qualidade dos seus participantes. Hoje aderiu mais um grande blogger: o jornalista Carlos Narciso. Aqui recupero o post de apresentação:

Carlos Narciso

domingo, 28 de junho de 2009

Sigur Rós - Aniversário Agaetis Byrjun:

To mark the 10th anniversary of the Icelandic release of their
breakthrough album 'Agaetis Byrjun', Sigur Ros have made available
two exclusive live performances from the original launch party
concert at the Icelandic Opera House on the night of June 10, 1999 -
back when few people outside Reykjavik hadn't the foggiest clue who
they were:

nýja lagið from sigur-ros.co.uk on Vimeo.

sábado, 27 de junho de 2009

Sensato.

O Presidente da República marcou as eleições legislativas para 27 de Setembro ficando as autárquicas para 11 de Outubro.

Imperou a sensatez. Ainda bem.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

nÃO sEJAS dURO dE oUVIDO - Junho 2009:

Antecipando o almoço do Aventar no grande concelho da Maia, aqui fica um especial desta rubrica mensal sobre música. Prometo não escrever sobre o Michael Jackson.
Aqui vai:
1. Rodrigo Leão - A Mãe
2. Phoenix - Wolfgang Amadeus Phoenix
3. Camera Obscura - My Maudlin Career
4. The Decemberists - The Hazards of Love
5. Vários - Dark Was The Night
Em suma: o novo de Rodrigo Leão demonstra que quem sabe nunca esquece. Os Phoenix são, para mim, uma espantosa novidade. Já os Camera Obscura neste seu último trabalho conseguem manter a elevada qualidade que sempre nos apresentaram e o mesmo se diga quanto aos Decemberists.
Por último, Dark Was The Night, publicado em fevereiro deste ano é um óptimo álbum para "caloiros" nas andanças da música alternativa.
Aqui ficam os Phoenix (eu não quero que vos falte nada...):






quarta-feira, 24 de junho de 2009

Irão: Um Prenúncio de Morte - 2

Uma obrigação clara: ajudar e reforçar, com todas as nossas forças, a sociedade civil iraniana em revolta” – Bernard Henri-Levy no i de hoje.

Sou um leitor atento da prosa de Bernard Henri-Levy e é com enorme prazer que o leio no i todas as quartas. Ainda agora nas férias voltei a reler o seu “Vertigem Americana”, um livro fundamental para compreender a actual sociedade americana. “Mais do que nunca com o povo iraniano” é o título do seu artigo merecedor de leitura atenta. Colocando o dedo na ferida, explicando que Mousavi foi o mal menor para o eleitorado do Irão.

Continuo a bater na mesma tecla. As mulheres e os jovens do Irão estão, paulatinamente a construir a mudança, a sangue, suor e lágrimas. Por isso mesmo, estas eleições fraudulentas são o prenúncio de morte do actual regime iraniano.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Bom S. João:


quinta-feira, 18 de junho de 2009

Sofre Coração

“Parte-se-me o coração”, disse ontem Sócrates na SIC.

E dizem hoje muitos benfiquistas depois de verem a recusa de Moniz. A tristeza de uns é a alegria de outros e logo no dia em que se soube que o Cissó nem pedindo peças ao Mantorras pode ir para Milão. Já que se fala em peças, na Autoeuropa os trabalhadores decidiram. Ao decidir, bem ou mal não discuto (não vou falar do que não sei), abriram uma janela de esperança numa qualquer República Checa da Europa de leste.
Realmente, isto não está para corações frágeis.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

João Teixeira Lopes:

Nasceu em 1969. Licenciado e Doutorado em Sociologia, é professor associado na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Participou na fundação do Observatório das Actividades Culturais e desempenhou funções como programador do Porto/Capital da Cultura 2001. Eleito Deputado à Assembleia da República, pelo Bloco de Esquerda, na IX e na X Legislaturas. A nível autárquico, tem sido o candadidato do Bloco à Presidência da Câmara Municipal do Porto e voltará a sê-lo nas próximas Autárquicas. É autor de uma importante obra na área da cultura e da sociedade, sobretudo relacionada com a cidade do Porto.

João Teixeira Lopes, o novo membro do meu outro blogue, o Aventar.

terça-feira, 16 de junho de 2009

O Ceguinho:

A excelência do costume AQUI



Irão:

Para acompanhar todos os desenvolvimentos, entre outros blogues, ESTE.
Por estar a fazer um trabalho muito bom (ver ESTE post).

Depois, temos o Twitter e aqui podem acompanhar, entre muitos outros, estes:

http://twitter.com/persiankiwi

http://twitter.com/StopAhmadi

http://twitter.com/amiralii

http://twitter.com/alirezasha

http://twitter.com/Bahram81

http://twitter.com/StopTheDictator

(lista em actualização).

domingo, 14 de junho de 2009

Declaração de Interesses:

Ao longo desta última semana gozei férias. Pude colocar em dia a leitura, descansar com a famelga e meditar, olhando em volta e procurando fazer um resumo destes últimos meses.

Nestes 18 meses, por opção própria, autocensurei-me abstendo-me de comentar temas directa ou indirectamente relacionados com a política maiata. Já passou tempo mais do que suficiente para que todos pudessem perceber a diferença entre o blogger e o assessor. Os que perceberam, óptimo. Os que não perceberam, paciência.
Por isso mesmo, a partir de agora, dou por terminado esse período que considerei fundamental para o entendimento da necessária separação de águas. Aqui, no Sinaleiro e ali, no Aventar, apenas existe o blogger e o cidadão. Que não é, obviamente, indissociável do resto. Mas é diferente.

Até já.

A Batalha da Água

A Blogosfera de direita costuma referi-lo pelo seu segundo nome de baptismo, “Anacleto”, algo que me provoca um daqueles sorrisos parvos a que todos temos direito. Realmente, Anacleto não condiz com a pessoa.

Ninguém estranha que só raramente concorde com ele. Por vezes acontece. Foi o que aconteceu ao ler a sua mais recente entrevista ao i. A meio da entrevista, Francisco Louçã afirmou ser completamente contra a privatização da empresa “Águas de Portugal”. Ora aqui está um ponto comum entre nós, pessoas de campos políticos diametralmente opostos. A privatização da “Águas de Portugal” não serve a ninguém. Perdão, serve aos felizes contemplados com semelhante maná e aos comissionistas deste negócio cuja grandeza de valores transforma em “peanuts” os milhões que o Real vai dar pelo amigo da Paris Hilton.

Foi a afirmação mais importante da entrevista de Francisco Anacleto Louçã. Espero que tenham reparado e que se preparem para esta batalha do século: evitar a privatização da água.

Irão: Um Prenúncio de Morte


Estas eleições (?) no Irão marcam o princípio do fim do actual regime iraniano.
Não tendo tido hipótese de perguntar à Maya a data, ao certo, para a queda do dito, terei de me socorrer de casos históricos similares. Porém, como estamos no século da velocidade da luz, quero crer que mais dia menos dia, mais ano menos ano, assim será.

Uma sociedade onde a maioria da população é jovem e, entre estes, grande parte estuda na universidade, tendo acesso à cultura e ao saber, só pode levar a um outro tipo de regime. Mais livre, respeitador dos Direitos do Homem, onde a mulher é vista como igual e a Liberdade de Expressão um dos seus principais pilares. Alguns dirão: “do tipo Ocidental”. Não, não cometam o erro de colar rótulos arcaicos. Quando o actual mundo ocidental mergulhava nas trevas, na chamada Idade Média, os bisavôs destes jovens que hoje se manifestam em Teerão antecipavam o Renascimento.

Por isso, o problema não está em saber se Ahmadinejad ganhou ou não as eleições, se estas foram livres ou uma valente fraude ou não estivesse o Diabo nos detalhes. A única dúvida é saber se é já amanhã ou apenas depois de amanhã que a onda verde iraniana, encabeçada pelos jovens universitários e pelas mulheres iranianas, se transforma em tsunami e varre de vez a actual república islâmica.


Terminaram as férias…

domingo, 7 de junho de 2009

Placebo


Passavam cinco minutos da meia-noite e na minha caixa de e-mail recebia uma mensagem do iTunes: “Já pode fazer o download da sua encomenda número tal”.

Confesso, andava ansioso por receber esta encomenda. Até já tinha os bilhetes para o concerto deles no OptimusAlive 09. Há uns anitos atrás, ainda não havia Mafalda, assisti a um dos mais memoráveis concertos que o Coliseu do Porto recebeu. Sala completamente cheia. Na rua chovia a cântaros e lá dentro reinava um calor vulcânico. Um intenso cheiro a tabaco misturado com erva invadia a galeria, a tribuna e o galinheiro, o único lugar para onde tinha conseguido uns míseros dois bilhetes. O Brian Molko estava possuído ou pelo Demónio ou por Zeus, nunca cheguei a uma conclusão óbvia. O povo estava em delírio. Eu estava extasiado de todo, não sei se pela excelência do concerto se pelo intenso odor a erva que invadia as minhas narinas e me subia direitinho ao cérebro. Nessa altura, o Coliseu era uma casa de Liberdade sem igreja universal e sem proibição de fumar. A primeira nunca o conseguiu adquirir, a segunda tomou-o de assalto e os concertos, com excepção do último dos Portishead (onde, confesso, violei reiteradamente a lei, cigarro atrás de cigarro), nunca mais tiveram o mesmo sabor.

Neste dia que inicio férias, numa autêntica batalha pelo sol, escrevo estas linhas ao som do novo trabalho dos Placebo, “Battle For The Sun”. Absoluto. Puro. Rock.