domingo, 7 de junho de 2009

Placebo


Passavam cinco minutos da meia-noite e na minha caixa de e-mail recebia uma mensagem do iTunes: “Já pode fazer o download da sua encomenda número tal”.

Confesso, andava ansioso por receber esta encomenda. Até já tinha os bilhetes para o concerto deles no OptimusAlive 09. Há uns anitos atrás, ainda não havia Mafalda, assisti a um dos mais memoráveis concertos que o Coliseu do Porto recebeu. Sala completamente cheia. Na rua chovia a cântaros e lá dentro reinava um calor vulcânico. Um intenso cheiro a tabaco misturado com erva invadia a galeria, a tribuna e o galinheiro, o único lugar para onde tinha conseguido uns míseros dois bilhetes. O Brian Molko estava possuído ou pelo Demónio ou por Zeus, nunca cheguei a uma conclusão óbvia. O povo estava em delírio. Eu estava extasiado de todo, não sei se pela excelência do concerto se pelo intenso odor a erva que invadia as minhas narinas e me subia direitinho ao cérebro. Nessa altura, o Coliseu era uma casa de Liberdade sem igreja universal e sem proibição de fumar. A primeira nunca o conseguiu adquirir, a segunda tomou-o de assalto e os concertos, com excepção do último dos Portishead (onde, confesso, violei reiteradamente a lei, cigarro atrás de cigarro), nunca mais tiveram o mesmo sabor.

Neste dia que inicio férias, numa autêntica batalha pelo sol, escrevo estas linhas ao som do novo trabalho dos Placebo, “Battle For The Sun”. Absoluto. Puro. Rock.

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