quarta-feira, 11 de março de 2009

Razão e Coração

Hoje vou-vos falar do Nuno Ricardo Oliveira Ribeiro.

Acabei de chegar a casa após algumas horas de sofrimento por causa do meu F.C.Porto. Embora não vos queira maçar com uma descrição pormenorizada de mais uma noite de glória na melhor sala de espectáculos do país. Uma sala que se engalanou para entronizar uma das oito melhores equipas da Europa e, consequentemente, do Mundo - pois nestas coisas do pontapé no couro entre clubes a Europa reina.

Os mais de 40 mil espectadores viram uns 27 rapazes numa disputa ibérica. Confesso, a partir de dada altura, comecei a pensar no Nuno Ricardo Oliveira Ribeiro. Dei por mim a acreditar que ainda existe algo mais que amor ao dinheiro no mundo do esférico.
Hoje o Nuno estava diferente. Aquela raça que todos lhe reconhecem estava ausente. Pudera, quando o chamaram para cumprir a sua missão de esforço, sentiu o peso de uma ovação monumental. Uma coisa arrepiante. Um momento raro. Foram 40 mil almas e 80 mil mãos a chocar, uma na outra, em compasso. Clap, clap…clap, clap.
O Nuno Ribeiro, nascido em Lisboa em mil nove e setenta e sete (como está na moda dizer-se) sentiu o peso da paixão, a responsabilidade de ter como opositor aquele que lhe deu tudo o que um jovem com a sua profissão pode ambicionar.
O Nuno não desaprendeu, não senhor. Apenas se limitou a escolher entre a razão e o coração. Aquele passe errado no último terço do terreno não foi um lapso. Aqueloutro passe a mais de 20 metros absolutamente desacertado, não foi erro. Aquele remate impecavelmente ao lado, não foi falta de arte. Foi o coração a vencer a razão.
O que o Nuno fez hoje foi poesia. E como todos sabem, o sentido da mensagem poética é de uma importância transcendental.
O que o Nuno Ricardo Oliveira Ribeiro, mais conhecido pelo apelido de Maniche, fez hoje foi demonstrar que possui um coração de Dragão.
Por isso mesmo, quando a contenda terminou, levantei-me da cadeira e, de pé, bati-lhe palmas, clap, clap, emocionado por ver que ainda existe gratidão.

Obrigado Maniche. A partir de hoje juntaste-te à galeria dos meus heróis “azuis e brancos”, mesmo ali, ao lado do João Pinto, do Jorge Costa, do Vítor Baía e do Deco.

1 comentário:

Anónimo disse...

Parabéns.