sexta-feira, 3 de abril de 2009

O Mártir da Pátria:


Quando os políticos entram num espiral de desespero somam asneiras atrás de asneiras e não há “spin doctors” que os salvem. Está é uma verdade de La Palice que constato há anos.
Por defeito profissional, acredito na célebre máxima do grande Emídio Rangel, adaptada que nisto da memória os anos fazem mossa: “vendo um PR como vendo um sabonete”. Sei que as almas mais puritanas não acreditam nesta teoria e nem a querem admitir. Sobretudo se forem políticos. Eu sei que custa aceitar. Mas é mesmo assim.

Um intróito para chegar ao cerne da questão: Sócrates está desesperado. Uma afirmação alicerçada NESTA informação. Como facilmente lhe explicaram, estou certo, os especialistas da LPM, processar “colunistas” é um disparate com efeito boomerang. O primeiro resultado é óbvio: publicidade e da boa para o escriba. O segundo resultado é a criação de um mártir. No caso, um mártir das letras impressas. Pelo caminho, entra a má publicidade: um a um, os blogues publicitam a coisa e entram em delírio solidário. Antes, o Twitter é pasto para juras de amor ao novel sacrificado. Posteriormente, teremos os mais inflamados editoriais de apoio. Mais tarde, a pouco e pouco, o Povo começa a não achar piada e a levar a coisa para o campo da perseguição e em cena surge o coitadinho do rapaz a ser perseguido pelos tubarões que nos governam. O eterno Louçã já prepara a fotocópia do artigo para o próximo plenário. O Paulinho vai marcar uma conferência de imprensa para as 20h e o Jerónimo já pediu à CGTP uma manif daquelas. A Manuela vai seguir a teoria do cherne e esperar. Pelo andar da carruagem nem precisa de falar, o poder vai-lhe cair no colo de borla.

Em suma, de tiro nos pés em tiro nos pés, Sócrates caminha a passos largos para o precipício. A esta altura já ouve qualquer patarata. O Luís Paixão Martins já pode começar a encaixotar as suas coisinhas. Já não vale a pena. Independentemente do resultado das próximas legislativas, Sócrates já está que queda livre.

Entretanto, a Pátria ganhou mais um mártir. Tavares, João Miguel.

2 comentários:

José Freitas disse...

Bem dito, sr. sinaleiro. Só um detalhe: não sei se a coisa a vender era um sabonete, mas que disse "se for preciso vendo um presidente às postas", lá isso...

Anónimo disse...

E o que dirá a Cicciolina? Também vai avançar para a via judicial?