O Zé Careca foi o mais carismático sinaleiro do cruzamento da Areosa. Um tipo fantástico, bem disposto e altamente profissional.
Era bem miúdo quando o conheci. Uma pose altiva, senhor do seu nariz, alternando a boa disposição com a rispidez própria da autoridade. Em termos de circulação de trânsito ele era “A Autoridade”. A sua famosa careca ficava, quando em serviço, escondida sobre o chapéu.
Ainda me lembro, ou “m´a lembro” como se dizia, quando eu e o Mário (hoje um ilustre Engenheiro de boa cepa) andávamos entretidos na cobertura da célebre “Adega Sport” a fazer pontaria com a espingarda de chumbos ao chapéu do “Zé Careca”. O fim do mundo. Uns “teenegers” inconscientes, felizmente, com má pontaria. Que o diga o vidro da churrasqueira da Areosa – senhora de umas bifanas de estalo.
Será que o Zé Careca ainda é vivo? Não sei. Duvido.
Hoje estão por lá uns semáforos. Verde. Amarelo. Vermelho. Sensaborões.
Por falar em semáforos. Nunca percebi uma coisa. Qual o motivo para tão alto e estridente barulho durante o sinal verde dos peões. "Cum catano", são cegos mas não são surdos. Uma dúvida antiga e já uma vez referida mas que continua sem justificação plausível. Mas essas são contas de outro rosário.
2 comentários:
Lembro-me vagamente do Zé careca, pois que passava semanalmente na Areosa e via-o do banco de tras do carro do meu pai.Também, mais tarde, tive uma namorada nessas bandas, mas não me lembro de o ver nessas alturas, olhava para outros lugares. Ainda mais tarde, parei muitas vezes à porta da farmácia do meu ex professor de fisico-quimicas e tão pouco me lembro se o o "careca" ainda lá andava.
Como sinaleiro, também figura bem conhecida do Porto, lembro-me do Palhaço, que actuava no centro da cidade. Também nunca mais ouvi falar dele.
Cumprimentos
José Magalhães
Professor esse que era, por sinal, meu Pai.
Um abraço.
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