O Rui Valente levanta um problema: a candidatura de Bruno Carvalho coloca em perigo o Porto Canal. Ora aqui está um falso problema. O perigo para o Porto Canal não é, podem crer, a candidatura do seu administrador a presidente daquele clube do bairro de benfica em Lisboa. O perigo do Porto Canal é outro, bem diferente (ou talvez não).
O Porto Canal é um projecto de comunicação privado que sobrevive graças à publicidade. Esta, por sua vez, só aparece de duas formas: por via dos privados e por via pública. Em Portugal, claro está.
Se o canal tiver qualidade, terá espectadores. O número de espectadores vai influenciar o investimento publicitário dos privados. Dentro desta variável existe outra: os privados podem sentir-se compelidos a investir no canal em causa por motivos pessoais/emocionais - em Espanha, só para citar um exemplo, alguns empresários apostam publicitariamente nos canais regionais por um sentimento de pertença, de afirmação regional e como contributo à comunidade onde estão inseridos.
Depois, temos o investimento publicitário público e este, por outro lado, pode ser via poder central e/ou via poder local. No caso deste último, sou defensor do investimento publicitário das autarquias da região no Porto Canal (sem loucuras, como é óbvio e dentro do normal e habitual na imprensa local/regional). Costumo afirmar que o Porto Canal presta um inestimável serviço público local: é o único meio, no panorama televisivo nacional, que se preocupa em noticiar o que acontece na Maia, em Matosinhos, em Valongo, em Gaia, no Porto e por aí fora. É o único que dedica boa parte do seu horário nobre, nomeadamente no programa Porto Alive, a divulgar actividades culturais, recreativas, desportivas e sociais dos diferentes concelhos da região ou seja, é a nossa voz. Por isso mesmo, Matosinhos, a Maia e Gaia dedicam uma parte do seu investimento publicitário neste canal.
O poder central, aqui incluindo as empresas públicas ou privadas de direito público sob alçada maioritária do governo, se me fiz entender, deviam fazer o mesmo. Mas não fazem. Numa análise atenta à publicidade que passa no Porto Canal, não vemos a Galp, a PT ou a CGD, só para citar empresas públicas que gastam rios de dinheiro em publicidade, a colocar um cêntimo no canal em causa. Já publicidade institucional, que me recorde, só vi uma vez. Ou seja, este é o verdadeiro problema do Porto Canal.
A sobrevivência do Porto Canal não depende da candidatura de Bruno Carvalho a presidente do tal clube de bairro. Aliás, pelo que sei, correndo o risco de estar enganado, o Bruno apenas detém 20% do total do capital social da empresa e se ele quiser vender a sua quota, não faltam interessados.
Por tudo isto, caros amigos Portistas, as vossas preocupações são válidas mas o alvo está errado. O problema é outro.
Saudações Portistas.
Se o canal tiver qualidade, terá espectadores. O número de espectadores vai influenciar o investimento publicitário dos privados. Dentro desta variável existe outra: os privados podem sentir-se compelidos a investir no canal em causa por motivos pessoais/emocionais - em Espanha, só para citar um exemplo, alguns empresários apostam publicitariamente nos canais regionais por um sentimento de pertença, de afirmação regional e como contributo à comunidade onde estão inseridos.
Depois, temos o investimento publicitário público e este, por outro lado, pode ser via poder central e/ou via poder local. No caso deste último, sou defensor do investimento publicitário das autarquias da região no Porto Canal (sem loucuras, como é óbvio e dentro do normal e habitual na imprensa local/regional). Costumo afirmar que o Porto Canal presta um inestimável serviço público local: é o único meio, no panorama televisivo nacional, que se preocupa em noticiar o que acontece na Maia, em Matosinhos, em Valongo, em Gaia, no Porto e por aí fora. É o único que dedica boa parte do seu horário nobre, nomeadamente no programa Porto Alive, a divulgar actividades culturais, recreativas, desportivas e sociais dos diferentes concelhos da região ou seja, é a nossa voz. Por isso mesmo, Matosinhos, a Maia e Gaia dedicam uma parte do seu investimento publicitário neste canal.
O poder central, aqui incluindo as empresas públicas ou privadas de direito público sob alçada maioritária do governo, se me fiz entender, deviam fazer o mesmo. Mas não fazem. Numa análise atenta à publicidade que passa no Porto Canal, não vemos a Galp, a PT ou a CGD, só para citar empresas públicas que gastam rios de dinheiro em publicidade, a colocar um cêntimo no canal em causa. Já publicidade institucional, que me recorde, só vi uma vez. Ou seja, este é o verdadeiro problema do Porto Canal.
A sobrevivência do Porto Canal não depende da candidatura de Bruno Carvalho a presidente do tal clube de bairro. Aliás, pelo que sei, correndo o risco de estar enganado, o Bruno apenas detém 20% do total do capital social da empresa e se ele quiser vender a sua quota, não faltam interessados.
Por tudo isto, caros amigos Portistas, as vossas preocupações são válidas mas o alvo está errado. O problema é outro.
Saudações Portistas.
4 comentários:
O facto de um dirigente de um qualquer canal de televisão se candidatar à liderança de uma agremiação, seja um clube desportivo ou a sociedade recreativa do baile dos bombeiros, não coloca em risco a sua 'independência' editorial se for uma pessoa responsável e um profissional. Muito menos no caso em apreço. Não creio que, se Bruno Carvalho for eleito numa eventual candidatura, o Porto Canal se transforme no "Lampiões TV", por exemplo.
Já sobre a questão do financiamento - através da publicidade - de um canal deste género em Portugal, e no Porto em concreto, as coisas são mais complexas. Mais que os poderes públicos ou empresas nacionais participadas pelo Estado, é importante saber onde andam alguns empresários. Sobretudo aqueles que 'reivindicam' meios regionais de comunicação televisiva. Gritam, agitam os braços, recomendam o envolvimento da famosa 'sociedade civil' em prol de um projecto. Quando ele existe passam a olhar para o lado, assobiam alegremente como se nada fosse com eles. Assim, o Norte não vai lá.
Caro Fernando Sá
Pode ler no Renovar o Porto o que penso sobre o que escreveu neste seu espaço.
Felicito-o pela originalidade do nome que evoca uma figura ligada à história do Porto, como foi a do Sinaleiro da Areosa.
Saudações portistas
Parabéns pelo blogue:)))
Ao teu estilo "genuino"... Gostei!
Obrigado EA, é um orgulho ver-te por aqui.
Fazes falta à blogosfera!!!
- Concordo contigo JFreitas.
- Obrigado Rui Valente.
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